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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Caminhos da alma

Três meses de viagem e sinto dentro uma ansiedade brotando, ansiedade que brota das contradições entre a alma e o ego, dos diferentes tempos que vivo e dos conflitos entre deixar ir e as inseguranças do vazio

Observo emails, movimentos no facebook, vejo a vida acelerada ao meu redor... projetos, mudanças, conquistas, pessoas nascendo, pessoas queridas partindo... sou parte de tudo isso, me sinto ligada a tudo isso, ao mesmo tempo me sinto tão distante, como uma observadora da janela de um trem que passa seguindo em direção a um horizonte distante.

Parte de mim queria viver e compartilhar de tudo isso, e outra parte queria estar exatamente onde está, ah contradições da alma que as vezes não sabe escolher, tão contrataditório assim é o meu ser. A razão se preocupa com que pensam e esperam de mim, o que deveria estar fazendo para pertencer, a alma tranquiliza és parte de todos e todos são parte de ti, não há separação, confia em ti.

Estou vivendo um outro tempo num outro espaço da minha existência, um tempo devagar quase sem pressa do lado de fora, um tempo acelerado e intenso do lado de dentro, e como só existe um lado, o de dentro, ambos os tempos se misturam num tempo sem tempo, difícil de entender e mais ainda de explicar... alguns dias quase infinito e outros menos que um pestanejar.

E dentro de mim a batalha constante entre a alma e o ego para vencer as inseguranças de voltar para meu antigo mundo e não mais me encaixar no mar que navegava, a batalha para confiar em quem eu sou, nas escolhas que fiz, em minha refinada intuição, independente de reconhecimentos ou aceitações externas.

Muito mudou dentro de mim e talvez meu barco já não caiba nos mares que navegava mesmo, e por quais caminhos navegará?

Meu coração sabe o caminho, sabe como navegar novos mares, não dúvida nem teme. Ele é, confia, vive hoje e se nutre para alimentar a futura jornada. Meu ego teme, teme pelo barco que já não navega em mares conhecidos, teme que fique perdido no desconhecido e já não se encontre mais.

E eu, sigo navegando pelos mares desconhecidos pela razão, mas já muito conhecidos pela alma, trilhando os caminhos de significado e deixando para trás as bagagens que já não cabem no navio, me fortalecendo para desbravar as novas trilhas e enfrentar os possíveis dragões.

As vezes os caminhos da alma contradizem a lógica, contradizem as expectativas a nossa volta, mas como não se entregar para os caminhos da alma?

Com amor,

Narjara


 

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